O deputado estadual licenciado e atual secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, Angelo Almeida, participou de uma reunião com representantes de entidades produtivas do estado na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), nesta semana, para discutir os possíveis impactos da política tarifária dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Após o encontro, que também contou com um almoço institucional, foi deliberada a criação de um grupo permanente de trabalho, composto por membros da própria SDE, FIEB, Fecomércio, Ceplan, Secretaria da Fazenda, Bainvest, entre outros órgãos e instituições.
"Todos estão acompanhando, passo a passo, os desdobramentos e os efeitos desse tarifário que pode entrar em vigor, de fato, a partir de 1º de agosto", informou Angelo.
De acordo com o secretário, além do monitoramento da situação, é necessário buscar alternativas e novos mercados. "Esse é um dos pontos que precisamos atacar com mais força. O mercado americano tem uma relação histórica com a Bahia e com o Brasil, mas também precisamos diversificar. Em 2024, o Canadá se tornou o segundo maior destino das nossas exportações, atrás da China, e os Estados Unidos caíram para a terceira posição, com 6,8% do total exportado", explicou.
A preocupação maior, no entanto, gira em torno de setores estratégicos da economia baiana, como a indústria de pneumáticos. "Temos aqui três gigantes globais instaladas: Pirelli, Continental e Bridgestone (Firestone). Uma parte significativa da produção dessas empresas é voltada à exportação, principalmente para os Estados Unidos. Com o mercado interno já enfrentando concorrência com os fabricantes asiáticos, a perda desse destino pode agravar ainda mais o escoamento da produção", alertou Angelo.
Além da indústria, o secretário também demonstrou preocupação com o agronegócio baiano. Segundo ele, o estado possui uma forte presença nos mercados internacionais, com destaque para a produção de hortifrúti, café e cacau.
"A escassez mundial desses produtos é um fator que deve ser considerado. O Brasil é o maior produtor de café e cacau do mundo. Se os Estados Unidos decidirem não comprar do Brasil, vão acabar pagando mais caro de outros fornecedores. E o americano sente no bolso. É uma sociedade que valoriza três coisas: democracia, liberdade de expressão e estabilidade econômica. Quando a inflação bate à porta, a reação vem", avaliou Angelo, apostando em uma possível reversão da medida tarifária por parte da gestão norte-americana.
O grupo de trabalho formado nesta semana já realizou sua primeira reunião na terça-feira (data a ser confirmada) e deve se reunir novamente ainda nesta semana para aprofundar o diagnóstico da situação. “Nosso objetivo é obter uma melhor visibilidade do cenário, preparar o setor produtivo e propor estratégias para mitigar os impactos, caso as tarifas se confirmem”, concluiu o secretário.
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nailannne
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