O comandante da 67ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM), Major Reis, destacou em entrevista as dificuldades enfrentadas pela corporação em alguns distritos de Feira de Santana, especialmente Maria Quiteria e Matinha, que têm apresentado índices de violência acima da média.
Segundo o oficial, Maria Quitéria é a área com maior densidade demográfica sob responsabilidade da unidade, superando até mesmo a cidade vizinha de São Gonçalo dos Campos. Já Matinha, por sua vez, concentra 15 povoados, o que torna o policiamento ainda mais desafiador. “Quanto mais pessoas confinadas em um menor espaço, maior a tensão social. Apesar disso, temos resultados importantes: dos oito distritos da área da 67ª CIPM, seis não registram nenhuma morte há mais de um trimestre. Em Tiquaruçu, já são quase 300 dias sem homicídios”, afirmou.
Foto: Carlos Valadares
Entre os principais fatores que impulsionam a criminalidade, o comandante destacou o tráfico de drogas e os paredões de som, eventos clandestinos que reúnem grandes aglomerações. “Já está mais do que provado que o paredão é um ingrediente para culminar em morte. É uma festa desorganizada, sem controle de armas, drogas, bebida alcoólica para menores ou exploração infantil. O resultado não pode ser diferente do que temos visto”, alertou.
O oficial também chamou atenção para o crescimento das chamadas “motossom” e manobras perigosas de motociclistas em via pública: “Se não bastasse sem placa, sem descarga, agora resolveram transformar em espetáculo. O cidadão de bem não consegue mais conviver com esse tipo de situação”.
Major Reis fez críticas ao suposto envolvimento de agentes políticos na organização de paredões e motossom nos distritos. “Na maioria das vezes, quem organiza paredões e essas motossiatas são políticos. Mas o que é ilegal já está previsto em lei e não pode ser flexibilizado. O papel da Polícia Militar é coibir, sem levantar bandeira partidária. Nossa bandeira é a ordem social e a paz”, ressaltou.
Comentando um caso recente ocorrido entre as localidades da Garapa e Saco do Capitão, onde duas pessoas foram alvejadas, o comandante confirmou que uma das vítimas já tinha passagem pela polícia por tráfico e porte de arma. “Ao que tudo indica, foi retaliação do próprio crime do qual ele fazia parte. Por isso, sempre reforçamos o apelo para que jovens e adolescentes não adentrem nesse mundo, que é praticamente sem volta”, disse.
Por fim, Major Reis destacou a necessidade de maior envolvimento das famílias e da sociedade no enfrentamento à violência. “Não podemos colocar toda a culpa no Estado. É preciso autoresponsabilidade. Os pais devem acompanhar a vida dos filhos, saber onde estão, com quem andam e de onde vem o que consomem. Se cada um fizer sua parte, a sociedade toda ganha”, concluiu.
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nailanne
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