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Cultura Tá na Lei

Feira de Santana recebe projeto “Tá na Lei” para levar literatura de cordel e oralidades africanas às escolas

O projeto transforma salas de aula, auditórios ou pátios escolares em espaços de poesia e cultura

14/10/2025 06h14
Por: Carlos Valadares
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Em Novembro de 2025, escolas públicas e privadas de Feira de Santana e da zona rural receberão o projeto “Tá na Lei – Literatura de Cordel e Oralidades Africanas nas Escolas”, idealizado pelo poeta e cordelista Ramiro Barbosa. A iniciativa distribuirá 1.000 exemplares de cordéis inéditos e promoverá recitais educativos, aproximando estudantes das culturas afro-brasileira, africana e indígena. Segundo Ramiro Barbosa, Idealizador do projeto, os recitais já aconteceram diversas vezes ao longo do ano de 2025, incluindo apresentações na Escola José de Anchieta, no museu Casa do Sertão, na UEFS, durante o lançamento do documentário Batuques da Fêra, e na FLICAR – Feira Literária e Cultural de Amélia Rodrigues de 2025. Ele convida escolas públicas e privadas da sede e da zona rural a agendarem apresentações por meio do formulário online.

As apresentações em novembro, mês da Consciência Negra, ocorrerão em quatro escolas selecionadas: duas públicas e uma particular na sede, e uma pública na zona rural. O projeto transforma salas de aula, auditórios ou pátios escolares em espaços de poesia e cultura, unindo a tradição do cordel nordestino às histórias orais africanas (Itans), promovendo diálogos sobre respeito, diversidade e identidade cultural.

As inscrições devem ser realizadas até 31 de outubro de 2025 através do formulário online: https://forms.gle/Z4VLA2bieAjLyQFg8. As escolas selecionadas serão comunicadas por e-mail ou diretamente pelo perfil do projeto no Instagram @projeto_tanalei/

O projeto cumpre a Lei Federal nº 10.639/2003 e a Lei nº 11.645/2008, que tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira, africana e indígena nas escolas. Por meio dos cordéis, que narram Itans, e de recitais, a iniciativa promove educação lúdica e inclusiva, combate preconceitos e valoriza a identidade negra e nordestina.

“Queremos que os jovens conheçam e se orgulhem da riqueza cultural que herdamos da África e do Nordeste. O cordel é uma ponte entre passado e presente, capaz de ensinar e encantar ao mesmo tempo”, afirma Ramiro Barbosa.

O projeto também prevê expansão para escolas do território de identidade Portão do Sertão, contemplando cidades como Água Fria, Amélia Rodrigues, Anguera, Antônio Cardoso, Conceição da Feira, Conceição do Jacuípe, Coração de Maria, Ipecaetá, Irará, Santa Bárbara, Santanópolis, Santo Estêvão, São Gonçalo dos Campos, Tanquinho, Teodoro Sampaio e Terra Nova. As direções de escolas dessas cidades podem entrar em contato para agendamento. Ramiro Barbosa é Babalaô e Elemaxó, filho do terreiro Ogbe Ogun Egbe Asé Eko, com raízes na tradicional família Opô Afonjá. Estudante de Direito, professor, poeta, músico, compositor e “Ogan Alagbe”, acumula conhecimentos dos toques, cantos e Itans da cultura afro-brasileira e yorubana. Cordelista há mais de 30 anos, já distribuiu milhares de exemplares, incluindo A peleja do advogado que processou uma Mula (2016).

O projeto é realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo (Lei Federal nº 195/2022), repassados pela Prefeitura Municipal de Feira de Santana, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer, com direcionamento do Ministério da Cultura – Governo Federal.

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