A valorização da cultura popular nordestina tem ganhado cada vez mais força em Feira de Santana. No próximo dia 14 de junho, o distrito de Maria Quitéria será palco do 2º Festival de Forró, evento que celebra a tradição do forró pé de serra, enaltece artistas da terra e reforça a importância da economia criativa para o município. A festa acontecerá na Praça de São José, a partir das 15h, com entrada gratuita.
Idealizado a partir de uma emenda parlamentar do deputado federal Zé Neto (PT), o festival conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia e das secretarias estaduais de Cultura e de Turismo. A proposta, segundo o parlamentar, é fortalecer a identidade cultural de Feira de Santana, colocando o forró — ritmo reconhecido por lei como manifestação cultural do Brasil — no centro das atenções durante o período junino.
“Nós estamos mostrando o tamanho da cultura de Feira para o Brasil. A cultura hoje é um ativo poderoso, tanto na geração de emprego e renda quanto no turismo e na economia criativa. O que temos feito com eventos como este mostra que nossa cidade tem raiz, tem música, tem vida”, destacou Zé Neto.
O deputado relembrou que a ideia de realizar o festival surgiu de um diálogo com os forrozeiros da cidade, como Matheus e Nenê, que desejavam construir um espaço para exaltar o forró tradicional. “O festival do ano passado me emocionou. Um policial me disse que nunca tinha visto uma festa tão leve e harmônica. Era gente da região, artistas da região, valorizando o nosso forró”, relatou.
Maria Quitéria como símbolo
A escolha do distrito de Maria Quitéria como sede do evento não foi por acaso. Para Zé Neto, além de ser um território de forte identidade cultural, Maria Quitéria é o berço histórico do município.
“É onde tudo começou. A primeira igreja de Feira está lá. A escolha do local partiu também dos movimentos culturais, que participaram da seleção das bandas e da organização das barracas. A gente entra com o recurso e faz a interlocução com o Estado, mas a construção é coletiva, com quem vive e faz a cultura”, explicou.
Mulheres no forró e memória viva
Matheus, um dos organizadores do festival e coordenador municipal do Fórum Nacional do Forró, reforçou o compromisso do evento em valorizar os mestres da cultura local, além de ampliar a visibilidade das mulheres forrozeiras.
“As mulheres sempre estiveram no forró e agora é hora de estarem também nos palcos. Vamos ter Xamengo da Thay, a banda Balão Beijo e muitos outros nomes que representam a força feminina nesse ritmo”, afirmou.
Uma das presenças mais aguardadas deste ano é a de Joaquim Gonzaga, sobrinho de Luiz Gonzaga e neto de Januário. Celebrando 50 anos de carreira, ele foi pessoalmente convidado por Matheus, que viajou até sua terra para fazer o convite.
“Ele vem somar com o nosso festejo. Não é a peça principal, porque o protagonista aqui é o povo, são os artistas da terra. Mas é uma honra tê-lo no festival”, disse.
Diversidade, mas com protagonismo
Questionado sobre as recentes discussões a respeito da inserção de outros gêneros, como o axé, nos festejos juninos, Zé Neto afirmou que respeita a diversidade, mas defende a prioridade do forró neste período.
“Tem espaço para tudo. No Carnaval, por exemplo, o forró está presente, mesmo que com menos destaque. O que não pode é o forró perder o protagonismo no São João. A Bahia tem uma lei de cota para o forró, e é ela que garante que o forró raiz, pé de serra, continue vivo”, declarou.
Estrutura e programação
O evento contará com uma grande estrutura, incluindo palco, iluminação, banheiros químicos e segurança, tudo montado com o apoio do Governo do Estado. Além de apresentações musicais, o festival terá comidas típicas como milho, licuri, amendoim e outras delícias tradicionais.
Com uma programação pensada para valorizar a cultura local e movimentar a economia criativa da região, o 2º Festival de Forró de Feira de Santana promete ser um momento de celebração, resistência e orgulho das raízes nordestinas.
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