O presidente do Sindicato dos Policiais Penais e Servidores Penitenciários da Bahia (Sindppen-BA), Roivon Pimentel, voltou a alertar sobre a grave situação dos presídios baianos, com destaque para o Conjunto Penal de Feira de Santana, após mais uma fuga registrada nesta terça-feira (21). Em entrevista ao jornalista Carlos Valadares, Pimentel classificou o cenário como uma “tragédia anunciada” e cobrou providências do governo estadual.
“Acompanho tudo com extrema preocupação, mas com a certeza de que nós, enquanto representantes da categoria, fizemos nossa parte. Denunciamos as péssimas condições de trabalho, a falta de investimento em tecnologia de segurança e o sucateamento das unidades prisionais”, afirmou.
Segundo ele, a situação em Feira de Santana é crítica. O presídio, projetado para 1.350 detentos, abriga atualmente mais de 2.200, quase o dobro da capacidade. Ao mesmo tempo, o número de policiais penais é inferior a 10% do ideal indicado pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária.
“É humanamente impossível fazer segurança prisional com o efetivo que temos hoje. É inconcebível que uma unidade com mais de dois mil presos tenha, por plantão, menos de 15 policiais penais”, denunciou Pimentel.
O sindicalista destacou que o problema não é de gestão, mas sim de estrutura.
“Os gestores que passaram pela unidade são competentes, mas faltam ferramentas e condições de trabalho. A cada ano a situação só piora, como naquele bloco de carnaval que dizia: ‘cada ano sai pior’”, ironizou.
Pimentel lembrou que o Ministério Público já foi acionado pelo sindicato para interditar o conjunto penal e impedir o recebimento de novos presos até que a unidade volte a operar dentro da capacidade. Ele também elogiou a atuação da promotoria local, que, segundo ele, vem provocando o Judiciário em busca de soluções.
“O Conjunto Penal de Feira de Santana é uma bomba-relógio prestes a explodir. E os responsáveis por essa explosão precisam ser responsabilizados. O que a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) está fazendo é um crime — coloca em risco a vida dos policiais, dos servidores, dos terceirizados, dos apenados e da população feirense ", concluiu.
Com informações: Carlos Valadares
Por Mayara Nailanne
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