Defesa de Paulão do Caldeirão alega colisão e não atropelamento em caso de morte no trânsito

O advogado de defesa do ex-vereador e comunicador José Paulo, conhecido como Paulão do Caldeirão, esclareceu nesta segunda-feira (6) em entrevista ao Página de Noticías os pontos centrais da acusação que levou à prisão do seu cliente. Paulão foi preso em flagrante após se envolver em um acidente de trânsito que resultou na morte de um motociclista, além de ser acusado por porte ilegal de arma e suspeita de alcoolemia ao volante.

Em entrevista, o advogado Armênio Seixas destacou que, ao contrário das primeiras informações, não se trata de um atropelamento, mas sim de uma colisão lateral.“A versão do próprio Paulão, que coincide com a dinâmica apresentada até agora, é de que ele atravessava a marginal da Avenida de Contorno, quando o motociclista colidiu na porta do passageiro do seu veículo”, relatou Seixas.

O advogado também mencionou que há indícios de que o motociclista teria feito um vídeo, momentos antes do acidente, afirmando que o farol de sua moto estava queimado e que pretendia parar de circular por isso.“Esse detalhe pode indicar que ele não tinha visibilidade suficiente, o que pode ter contribuído para a colisão. Ainda é muito cedo, mas esse vídeo será importante no processo”, afirmou.

Sobre a arma encontrada com Paulão, Armênio Seixas explicou que a família já apresentou documentação que comprova a legalidade do porte, apesar de inicialmente constar como arma de uso restrito.

Quanto à suspeita de embriaguez ao volante, o advogado reforçou que Paulão se recusou a fazer o teste do bafômetro, o que é um direito previsto na Constituição."A recusa não é uma admissão de culpa. A Constituição garante o direito de não produzir provas contra si mesmo. Ele exerceu esse direito ao se negar a realizar o exame etílico”, esclareceu Seixas.

Audiência de custódia e andamento do caso

Segundo a defesa, a audiência de custódia deve ocorrer ainda hoje, após a realização do exame de corpo de delito. O advogado informou que, inicialmente, a audiência será acompanhada por Guga Leal, procurador do município, que atua em parceria com a defesa.

“Estamos trabalhando em uma força-tarefa informal. Após a audiência, daremos continuidade à defesa nos demais trâmites do processo”, disse Seixas.

O advogado ainda destacou que, apesar de o crime de alcoolemia ser afiançável, o conjunto de acusações impede o delegado de arbitrar fiança neste momento.“O somatório de penas  que inclui homicídio culposo, lesão corporal e porte de arma  impossibilita a concessão de fiança imediata. Agora cabe ao juízo decidir se a prisão será mantida ou não”, concluiu.

Armênio Seixas contou que conversou pessoalmente com Paulão, que está custodiado no Complexo Policial do Sobradinho.“Ele está bastante triste com tudo o que aconteceu. Conhecendo a trajetória dele, é um fato extremamente lamentável”, finalizou.

Com informações: Carlos Valadares 

Por: Mayara Nailanne