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Polícia Feminicídio

Suspeito de matar cozinheira em Feira confessa outro feminicídio ocorrido em 2023

Delegada revela padrão de violência e alta periculosidade do autor, que já responde por estupro, cárcere privado e descumprimento de medida protetiva

15/09/2025 20h11 Atualizada há 1 hora
Por: Carlos Valadares
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Edmilson dos Santos Araújo 34 anos, preso pelo assassinato da cozinheira  Talita Lobo Santana  de 35 anos, ocorrido em Feira de Santana no ultimo sábado (13) confessou à polícia a autoria de outro feminicídio ocorrido em 2023, no bairro Campo Limpo Identificada como Jane Célia Alves da Silva 39 anos. A revelação foi feita pela delegada Lorena Almeida, em entrevista ao site Página de Notícias, nesta segunda-feira (15).

"Após matar Talita, o suspeito fugiu e se escondeu na casa de outra mulher com quem também se relacionava, mantendo-a em cárcere privado. A vítima conseguiu avisar uma amiga, que acionou a polícia. Ele foi preso em flagrante pelo crime de privação de liberdade", revelou a delegada.

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Segundo a delegada Lorena Almeida, a mulher mantida em cárcere havia registrado, dez dias antes, uma ocorrência na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM), solicitando uma medida protetiva contra o agressor. A Justiça deferiu o pedido, mas o suspeito ainda não havia sido formalmente intimado, e, portanto, não tinha ciência da medida.

"Ele já demonstra um padrão de comportamento criminoso, com altíssima periculosidade, praticando crimes graves contra várias mulheres. Identificamos outras vítimas, inclusive um caso de estupro em que ele usou nome falso para enganar a mulher", afirmou a delegada.

Em um dos crimes, Edmilson conheceu a vítima em uma festa, foi até a casa dela e, utilizando uma faca, a obrigou a manter relação sexual. Ele teria usado um nome falso para dificultar sua identificação.

Padrão de violência e machismo estrutural

A polícia já identificou semelhanças entre o assassinato de Talita e  Jane Célia em 17 de março de 2023: ambos cometidos por asfixia, com subtração de bens das vítimas logo após os crimes. Diante dessas evidências, o autor confessou espontaneamente o crime anterior, que está sob investigação na Delegacia de Homicídios (DH), conduzida pelo delegado Gustavo Coutinho.

 "Percebemos que ele mantinha relacionamentos com várias mulheres, mas não aceitava que elas se relacionassem com outros homens. A Talita foi morta porque ele descobriu que ela estava se envolvendo com outra pessoa. O mesmo aconteceu com outra vítima. Isso revela o machismo estrutural presente na motivação desses crimes", ressaltou a delegada Lorena.

Apesar da gravidade do crime que resultou na morte de Talita, não havia nenhum registro anterior contra o suspeito em nome dela. Segundo a investigação, o relacionamento entre os dois era esporádico, sem vínculos formais."Infelizmente, não havia nenhuma queixa registrada por Talita. Mas o histórico dele mostra que se trata de um agressor em série, que representa um risco real para mulheres", completou a delegada.

A polícia segue investigando o histórico do suspeito e apura a existência de outras vítimas. Os crimes apurados até agora incluem feminicídio, estupro, cárcere privado e descumprimento de medida protetiva.

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne

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