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Polícia Absorvido

Policial acusado de matar sargento do Exército é absolvido em júri popular e deve ser solto após mais de dois anos preso

Ainda segundo ele, três promotores passaram pelo caso durante a instrução e os dois primeiros chegaram a reconhecer a necessidade da perícia, mas o procedimento não foi realizado.

06/08/2025 14h52 Atualizada há 1 dia
Por: Carlos Valadares
Foto: Aldo Matos
Foto: Aldo Matos

Um júri popular realizado nesta terça-feira (5), no Fórum Desembargador Filinto Bastos, em Feira de Santana, absolveu o policial militar Lourival Gonçalves dos Santos, acusado de assassinar o sargento do Exército, Fabrício da Silva Santos. O crime ocorreu em circunstâncias que chamaram a atenção da opinião pública e foi marcado por falhas apontadas pela defesa ao longo do processo.

Segundo a acusação, no dia do crime, o PM teria passado várias vezes em frente à casa da vítima em um veículo Fox prata. Quando o sargento saiu de casa em sua moto e voltou para fechar o portão, o acusado o abordou e exigiu que mostrasse a tornozeleira eletrônica. A vítima, que não usava o equipamento, levantou as pernas para mostrar, momento em que foi alvejada com três tiros de espingarda calibre 12. O autor do crime fugiu em seguida.

Lourival permaneceu preso por dois anos e sete meses, mas foi absolvido após os jurados entenderem pela tese de negativa de autoria.

Foto: Carlos Valadares

De acordo com o advogado Felipe Carvalho, que atuou na defesa ao lado dos advogados Marco Silva, Rafael Esperidião, Peron e Danilo, a decisão se baseou na ausência de provas técnicas que confirmassem a autoria do crime.

"A defesa foi contratada exclusivamente para o júri e se deparou com um processo com muitas lacunas. Trouxemos um perito técnico para tentar esclarecer pontos que a própria investigação não conseguiu elucidar. A perícia no veículo, por exemplo, nunca foi feita, e as imagens das câmeras de segurança não passaram por uma análise técnica adequada", explicou o advogado.

Ainda segundo ele, três promotores passaram pelo caso durante a instrução e os dois primeiros chegaram a reconhecer a necessidade da perícia, mas o procedimento não foi realizado. “A tese defensiva foi clara: negativa de autoria e ausência de provas. O conselho de sentença acolheu esse entendimento”, afirmou.


Foto: Aldo Matos

Com a absolvição, o alvará de soltura foi expedido e Lourival Gonçalves deve ser liberado a qualquer momento do Batalhão de Choque, onde estava custodiado. "Hoje, com certeza, o Lourival retorna para casa após quase três anos preso injustamente", destacou Carvalho.

Apesar do resultado do júri, o Ministério Público recorreu da decisão. Ainda assim, o acusado aguardará em liberdade até que um novo julgamento seja marcado, caso o recurso seja aceito.

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne 

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