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Polícia Ameaças

Companheira de dono de academia confessa assassinato após se sentir ameaçada

Ela relatou que o empresário passou a ameaçá-la, dizendo que, se não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém

28/04/2025 18h04 Atualizada há 17 horas
Por: Carlos Valadares

Foto Carlos Valadares

Página de Notícias

O delegado Gustavo Coutinho, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Feira de Santana, concedeu entrevista nesta segunda-feira (28) e detalhou a investigação sobre a morte do empresário Edmárcio Azevedo de Jesus, conhecido como "China da Academia". Segundo Coutinho, a principal suspeita do crime, uma mulher de 30 anos, confessou ter assassinado o empresário após ser ameaçada por ele.

"Desde o início, quando realizamos o levantamento cadavérico, suspeitávamos que se tratava de um crime passional, envolvendo alguém próximo à vítima. Com o interrogatório de uma mulher de 30 anos, que compareceu à delegacia na última sexta-feira (25) acompanhada de seu advogado, essa suspeita se confirmou. Ela confessou ser a autora do assassinato", afirmou o delegado.

De acordo com o relato, a mulher era aluna da academia de Edmárcio e, após conhecer o empresário, passou a se relacionar com ele. Na época, ela estava fragilizada emocionalmente, em processo de separação do ex-companheiro. Após cerca de dois meses de relacionamento e cinco a seis encontros, ela decidiu reatar com o antigo parceiro e encerrar a relação com o empresário, o que teria gerado revolta em Edmárcio.

"Ela relatou que o empresário passou a ameaçá-la, dizendo que, se não ficasse com ele, não ficaria com mais ninguém. Por isso, marcaram um encontro no dia 21 de abril, feriado de Tiradentes, para conversar. Durante o encontro, segundo ela, Edmárcio tentou agarrá-la à força, segurando-a pelo pescoço e encostando uma arma de fogo descarregada em seu rosto, ameaçando matá-la caso tentasse se afastar novamente", explicou o delegado.

Ainda conforme a investigação, a mulher foi ao encontro preparada: levou medicamentos para dormir, triturados em pó, e misturou na bebida do empresário. Após consumirem bebidas alcoólicas e drogas, Edmárcio adormeceu. Neste momento, ela teria pegado a pistola calibre 380 que estava no local, municiado o carregador — que estava separado — e efetuado quatro ou cinco disparos na região do peito da vítima.

Após o crime, ela fugiu levando a pistola, o celular e a carteira do empresário, descartando os objetos no caminho. "As imagens de câmeras de segurança confirmam que apenas ela saiu do imóvel por volta das 3h da manhã, correndo pela rua visivelmente atordoada", destacou o delegado.

Sobre suposta gravidez e outras investigações

Questionado sobre rumores nas redes sociais de que a mulher estaria grávida e que o empresário teria exigido um teste de DNA, o delegado afirmou que, até o momento, não há confirmação desse fato. "Ela tem uma filha de cinco meses e possui quatro filhos no total. A alegação de gravidez parece pouco provável, mas aguardamos os resultados de perícias para esclarecer essa informação", declarou.

O delegado também confirmou que a mulher tem conhecimento básico sobre o manuseio de armas, já que trabalha com segurança patrimonial em festas e eventos. "A pistola estava municiada, mas o carregador estava separado. Ela apenas encaixou o pente na arma e efetuou os disparos", disse.

O delegado informou ainda que irá ouvir o ex-companheiro da suspeita, vizinhos e outros familiares para confirmar a versão apresentada. "Estamos ouvindo todas as testemunhas possíveis para concluir o inquérito com base em provas concretas. A linha principal de investigação é que ela praticou o homicídio motivada por ameaça de morte. A finalização do inquérito deve ocorrer nos próximos dias", concluiu Gustavo Coutinho.

O Crime

Edmárcio Azevedo de Jesus foi encontrado morto na tarde do dia 22, por volta das 14h40, no interior da residência onde morava, localizada na Avenida Lucilândia, no bairro Gabriela III, em Feira de Santana. A vítima foi localizada por um de seus filhos.

Segundo informações da polícia, uma jovem ligou para o CICOM informando que seu irmão, de prenome Everton, havia encontrado o pai Edmárcio caído e com marcas de disparos de arma de fogo. A jovem disse ainda que estava em frente à casa do pai, na Chácara Canaã, mas, muito nervosa, ainda não havia conseguido entrar na residência.

Ainda conforme informações, uma guarnição da 66ª CIPM manteve contato com a solicitante e, após verificação, constatou que a vítima apresentava lesões provocadas por disparos de arma de fogo, estando já sem sinais vitais. Os policiais acionaram as equipes técnicas para os procedimentos cabíveis.

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne

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