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Geral Saúde do trabalhador

Saúde mental e gestão participativa são destaques na 2ª Conferência de Saúde do Trabalhador em Feira de Santana

A conferência é organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, que desempenha formulação e aprovação das políticas de saúde do município. 

13/03/2025 06h14 Atualizada há 11 horas
Por: Carlos Valadares

Foto: Carlos Valadares

Entre os dias 11 e 12 de março, aconteceu no auditório do CIFS (Centro das Industrias de Feira de Santana), a 2ª Conferência Municipal de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora, com o tema “A Saúde do Trabalhador como Direito Humano”. O evento tem o objetivo de discutir políticas públicas voltadas à saúde dos trabalhadores e formular propostas que poderão integrar o Plano de Gestão Municipal de Saúde.

A conferência é organizada pelo Conselho Municipal de Saúde, que desempenha formulação e aprovação das políticas de saúde do município. 

Foto: Carlos Valadares

De acordo com Adroaldo Santos, delegado da Conferência Municipal e coordenador da Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador, a conferência local foca na relação entre trabalho e saúde, incluindo acidentes laborais e doenças ocupacionais.

"O Brasil estará debatendo esse tema até agosto, buscando entender como o trabalho influencia o processo de adoecimento. Dados recentes do Ministério da Saúde mostram um crescimento alarmante dos problemas de saúde mental, especialmente entre as mulheres", destacou.

A precarização das relações de trabalho também está entre as principais pautas da conferência. Odroaldo apontou que a reforma trabalhista de 2017 intensificou a carga horária e precarizou condições laborais, afetando diretamente a saúde mental dos trabalhadores.

 "A ampliação da jornada de trabalho e a flexibilização dos vínculos empregatícios têm levado ao aumento da ansiedade, do estresse e de diversas doenças mentais. A conferência discutirá formas de enfrentar esses desafios e fortalecer a política de saúde do trabalhador no SUS", afirmou.

Foto: Carlos Valadares

Segundo o secretário municipla de saúde de Feira de Santana, Rodrigo Matos, essa conferência é de extrema importância. "É essencial destacar que a gestão pública não pode ser feita apenas dentro de um gabinete ou baseada exclusivamente na visão de um secretário. A gestão deve ser construída de forma dialogada, ouvindo os trabalhadores da saúde e os usuários do sistema. Essa é a maneira correta de administrar e é o que está previsto na Constituição, que estabelece as conferências e os conselhos como pilares fundamentais do controle social na gestão pública", ressalta.

Ainda segundo Rodrigo, a segunda Conferência de Saúde dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Feira de Santana foi um sucesso. "As propostas levantadas aqui seguirão para a Conferência Macro-Regional Centro-Leste, que envolve 72 municípios, e posteriormente para a etapa estadual. Feira de Santana tem sido protagonista nesse processo. Essa conferência foi uma recomendação do Ministério da Saúde, e fizemos questão de realizá-la. Nem todos os municípios conseguiram promover seus encontros, mas Feira contribuirá com propostas significativas para a saúde do trabalhador, tanto no contexto estadual quanto nacional", pontuou.

Em relação ao número de  trabalhadores afastados por questões de saúde, o secretário informou que esse  é  um fenômeno recente que nos preocupa é o aumento expressivo de afastamentos por transtornos mentais. Por isso, a saúde mental é uma prioridade para a gestão municipal. "Em breve, anunciaremos a ampliação do nosso ambulatório de saúde mental, que conta com psicólogos, enfermeiros e psiquiatras. Ele será um suporte essencial para casos moderados, ajudando a desafogar os CAPS e servindo de referência para a atenção primária quando o transtorno não for leve. Estamos atentos a essa questão, pois o crescimento dos afastamentos por transtornos mentais tem sido um problema em todo o país.", finaliza. 

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne 

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