Para ampliar o conhecimento dos profissionais de saúde sobre a esporotricose, conhecida popularmente como "doença do jardineiro" ou "da roseira", a Secretaria Municipal de Saúde de Feira de Santana promoveu o 1º Simpósio dedicado ao tema. O evento ocorreu nesta quinta-feira (12), no auditório do Centro de Educação Inclusiva Colbert Martins da Silva, reunindo médicos e outros profissionais da área para debater essa zoonose causada por fungos.
A esporotricose é uma doença que pode afetar tanto seres humanos quanto animais, principalmente os gatos. A transmissão ocorre pelo contato com solo contaminado, espinhos ou farpas de madeira. Nos humanos, a infecção pode acontecer ao entrar em contato com a pele lesionada ou secreções de animais doentes, especialmente através de arranhões ou mordidas.
A palestra principal foi conduzida pela infectologista Dra. Melissa Falcão, que destacou a importância da capacitação dos profissionais de saúde para o reconhecimento e notificação dessa enfermidade. “A esporotricose muitas vezes passa despercebida, mas pode causar sérias complicações se não for diagnosticada e tratada precocemente. É fundamental que os médicos e demais profissionais de saúde estejam atentos aos sinais clínicos, tanto em humanos quanto em animais, para que possamos evitar surtos e controlar a disseminação da doença”, afirmou.
Entre os principais sinais clínicos nos animais, destacam-se feridas profundas, geralmente no focinho e nos membros, que não cicatrizam e se espalham pelo corpo. Em humanos, a doença se manifesta inicialmente como um pequeno nódulo vermelho, que evolui para feridas nos braços, pernas e rosto.
A prevenção da esporotricose envolve medidas simples, mas eficazes. Restringir o acesso dos animais às ruas, por exemplo, ajuda a evitar que eles se infectem ou disseminem a doença. A castração dos animais também pode reduzir o comportamento de briga, diminuindo o risco de transmissão. Além disso, é essencial o uso de luvas ao tocar em animais doentes, e para jardineiros e trabalhadores rurais, recomenda-se o uso de luvas e a lavagem cuidadosa das mãos após o manuseio da terra.
Caso alguém ou algum animal apresente sintomas de esporotricose, a orientação é procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) ou o ambulatório de infectologia.
O simpósio continuará em outras datas, com um encontro específico para veterinários marcado para o dia 26 de setembro e uma formação dedicada aos enfermeiros no dia 10 de outubro.
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