Na manhã desta quarta-feira (30), Marcos Santana de Jesus, de 36 anos, foi autuado em flagrante pela delegada Maria Clécia Vasconcelos pelo crime de estelionato do amor. Ele foi capturado após aplicar diversos golpes em Salvador e em Feira de Santana. Segundo a polícia, ele começou um relacionamento com a vítima por meio de um aplicativo, e, de acordo com ela, ele começou a tirar dinheiro aos poucos, alegando ter um filho doente.
Segundo uma autônoma que preferiu não se identificar, o caso começou quando ela conheceu o suspeito por meio de um aplicativo de relacionamento, onde ele se apresentou como técnico de refrigeração. “Ele disse que poderia ir até a minha casa sem cobrar nada para verificar a instalação do meu ar-condicionado, que precisava de manutenção. Afirmou que eu só precisaria pagar pelo material, pois já tinha simpatizado comigo. A partir daí, começamos um relacionamento amoroso”, relatou.
Ainda segundo ela, algum tempo depois, o suspeito informou que o aparelho estava com defeito e precisava de peças e gás para funcionar. Ele solicitou R$ 500 para adquirir um novo equipamento, alegando que não encontrou o modelo exato que ela possuía. "Acreditei nele e entreguei o aparelho e a documentação. Logo ele começou a pedir dinheiro, alegando que a filha estava doente com pneumonia e, em seguida, que sua mãe precisava de uma cirurgia, o que exigiria mais R$ 1.400. Sensibilizada, tentei ajudar. Cheguei a dar minha televisão para ele vender e conseguir o dinheiro necessário.”
Foto Carlos Valadares
Ainda segundo a vítima, ao notar que os pedidos de ajuda estavam se tornando frequentes, ela começou a desconfiar. “Ontem, ele esteve em minha casa e pediu alguns produtos que eu havia comprado, como perfume. Decidi testá-lo e pedi que devolvesse uma parte, alegando que queria colocar o perfume em um vaso. Ele trouxe, e percebi que precisava agir com cautela”, contou.
O relacionamento entre os dois durou menos de um mês. Na delegacia, ela descobriu que o homem já tinha histórico de estelionato com várias vítimas. “Ele frequentou minha casa em cinco ocasiões e dizia que queria casar comigo, que eu era a mulher da vida dele. Fui enganada e manipulada emocionalmente”, lamentou.
Versão do autor
Foto: Carlos Valadares
Em entrevista, ao Página de Noticías, Marcos explicou como tudo aconteceu: "Eu conheci essa moça em um aplicativo chamado Xiaomo. Ela me deu o telefone e marcamos um encontro. Ficamos juntos, mas ela se tornou possessiva. Ligava toda hora e me perguntava como eu estava. Eu disse que trabalhava com refrigeração e, como ela tinha um ar-condicionado sem gás, ofereci para instalar. Quando cheguei lá, o ar-condicionado estava sem gás. Eu disse a ela que precisava de quinhentos reais para conseguir um novo", contou
Marcos ainda acrescentou que foi à casa dela, furou a parede, instalou tudo e mostrou a ela. "Fiz algumas ligações para lojas para explicar como funcionava a garantia. Depois disso, ela me mandava mensagens para eu ir à casa dela, dizendo: 'venha dormir comigo'. Estou passando por uma situação difícil e, sinceramente, eu me arrependo de algumas coisas."
Marcos de Jesus negou ter extorquido a vítima: "Eu disse a ela que estava precisando e ela se ofereceu para me ajudar. Uma vez, eu estava viajando e precisava de dinheiro, e ela mandou cento e cinquenta reais para mim."
Quando questionado se estava preso por causa de tão pouco dinheiro, ele respondeu que a vítima estava o sufocando, me cobrando o tempo todo."As mulheres dos aplicativos são muito possessivas. Eu estava sem trabalho e, às vezes, sem dinheiro para o aluguel. Eu pedi ajuda, e elas me ajudavam. Não forçava ninguém a fazer nada. A questão da televisão é um exemplo. Eu disse a ela que não queria a televisão, que meu filho estava pedindo, não forcei ninguém a me da nada"
Ao ser indagado sobre seu comportamento, Marcos esclareceu: que não tem preferência por mulheres de aplicativo. "Eu entrava no aplicativo para conhecer pessoas. E sim, usei algumas vezes a situação do meu filho e outras dificuldades para conseguir dinheiro."
Quando perguntado sobre o momento da prisão, ele contou que estava na rua, quando ela me ligou dizendo que tinha conseguido oitocentos reais para me ajudar. Fui até o local e encontrei a polícia
Acerca das alegações de que prometeu casar com a vítima, ele disse que as conversas estão no meu celular. "Eu nunca prometi nada. Ela sempre dizia que me amava, e eu questionava como alguém pode amar uma pessoa em um mês. Eu a tratei bem; ela me tratava muito bem."
Marcos refletiu sobre seu arrependimento: "Se eu tivesse a oportunidade de trabalhar, eu gostaria de viver uma vida normal. Fiz muitas besteiras, conhecia pessoas que vendiam coisas e, com o tempo, ganhei a confiança delas. Mas eu não consegui entregar os produtos e, no final, eu era o culpado."
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nilanne
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