Secretário de agricultura de Feira de Santana, Pedro Américo, fala sobre projeto de retirada de carroças da cidade

O Secretário Municipal de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural (Seagri), Pedro Américo, abriu um importante debate na Câmara Municipal de Feira de Santana ao propor a discussão sobre a presença de carroças no trânsito da cidade. Em uma entrevista exclusiva ao Página de Notícias, o vereador licenciado enfatizou que a retirada dessas carroças será gradual e que o projeto visa não apenas melhorar a segurança viária, mas também garantir um futuro mais digno para as famílias que dependem desse serviço.

"Não sou um político de discursos vazios. Algumas pessoas argumentaram que eram contra o projeto porque ele iria tirar o emprego dos carroceiros. No entanto, o projeto não tem esse objetivo. Ele estabelece um prazo de quatro anos para que possamos realizar uma transição que garanta aos carroceiros, que atualmente estão em condições precárias de emprego, sem direitos trabalhistas, sem carteira assinada e sem acesso à aposentadoria, a oportunidade de sair dessa situação", declara Pedro Américo. 

Foto: Carlos Valadares

Ainda segundo o edil, essas pessoas sobrevivem nessa atividade por falta de alternativas reais, e os poderes públicos em níveis estadual, federal e municipal não forneceram perspectivas para que essas famílias superassem o ciclo de pobreza e parassem com essa prática prejudicial, que não oferece nenhum tipo de garantia trabalhista. "Portanto, é importante abordar esse debate com responsabilidade, pois ele não é apenas político, é uma reflexão sobre que tipo de sociedade desejamos construir", pontuou.

Ainda segundo Pedro Américo, o projeto busca uma sociedade que não aceita maus-tratos aos animais, que cuida das famílias e envolve toda a comunidade no compromisso de mudar essa realidade. "Não é apenas uma questão do vereador Pedro Américo, dos defensores dos animais ou das associações protetoras de animais, é um debate que diz respeito a toda a sociedade de Feira de Santana. Precisamos garantir que a tração animal na zona urbana seja gradualmente abolida, ao mesmo tempo em que cuidamos dessas famílias, procurando alternativas de renda e social, rompendo o ciclo de maus-tratos aos animais e pobreza", salienta. 

"Espero que as objeções dos vereadores sejam apenas discursos de efeito, pois eles estão cientes de que o projeto prevê um período de quatro anos para que possamos oferecer apoio às famílias. A alegação de que o projeto tirará o sustento dessas pessoas é falsa. Estamos abertos ao diálogo, e acredito que os vereadores têm o direito de propor emendas e melhorias ao texto. Opiniões divergentes são naturais, e é para isso que o parlamento existe, para debater ideias diferentes.  O limite inegociável é a eliminação dos maus-tratos aos animais em Feira de Santana, quanto à remuneração dos carroceiros, no momento, a Câmara Municipal não pode obrigar a Prefeitura a fornecer uma compensação financeira enquanto eles passam por um período de transição e treinamento", salienta o sercretário Pedro Américo.

O edil licemciado fez um apelo ao prefeito Calbert e aos secretários responsáveis pelo bem-estar animal e saúde para que considerem a implementação de um programa executivo nesse sentido. "Qualquer esforço adicional da prefeitura para garantir esse direito é bem-vindo. No entanto, a Câmara Municipal tem limitações e não pode impor gastos diretos ao município. Continuaremos a pressionar o Poder Executivo para encontrar soluções que atendam às necessidades dos carroceiros e carroceiras de Feira de Santana da melhor maneira possível".

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Silva