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Geral Economia brasileira

Economia brasileira cresce apenas 0,1% no 3º trimestre de 2025

Estagnação dos serviços e do consumo das famílias explica grande parte do resultado; entenda

19/11/2025 06h30
Por: Carlos Valadares
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil
Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil

A economia brasileira registrou um avanço tímido de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com os três meses anteriores, confirmando o ritmo fraco de atividade observado ao longo do ano. No acumulado de 12 meses, o crescimento chega a 2,5%, enquanto o desempenho entre agosto e setembro permaneceu estável, sem variação.

Os dados integram o Monitor do PIB, indicador mensal do Instituto Brasileiro de Economia da FGV divulgado nesta terça-feira (18), que estima o comportamento do Produto Interno Bruto conforme a produção total de bens e serviços do país. As comparações trimestrais e mensais são dessazonalizadas, permitindo leitura mais precisa dos movimentos da economia. Em valores correntes, o PIB acumulado até o terceiro trimestre é calculado em R$ 9,370 trilhões.

De acordo com a coordenadora da pesquisa, a economista Juliana Trece, a estagnação dos serviços e do consumo das famílias — pilares do PIB — explica grande parte do resultado. "Os outros componentes pouco contribuíram para um desempenho mais forte da economia", afirmou.

Na comparação interanual, a FGV aponta perda de fôlego do consumo das famílias, que desde 2021 avançava acima de 3% ao ano. Entre julho e setembro deste ano, o crescimento foi de apenas 0,2%. O estudo mostra queda no consumo de bens duráveis e não duráveis, e desaceleração mais intensa no consumo de serviços.

O investimento também recuou. A Formação Bruta de Capital Fixo, indicador que mostra a capacidade produtiva da economia, teve queda de 0,4% frente o terceiro trimestre de 2024, pressionada pelo desempenho fraco do segmento de máquinas e equipamentos. É a primeira retração desde o trimestre móvel encerrado em janeiro de 2023.

No sentido oposto, as exportações cresceram 7% na comparação anual, maior avanço desde maio de 2024. Todos os grupos de produtos exportados apresentaram expansão, com destaque para a indústria extrativa, responsável por cerca de 44% do crescimento total das vendas externas. 

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