Campanha reforça cuidados contra o câncer de pele

O mês de Dezembro, assim como os demais meses do ano, também é marcado por uma campanha de prevenção. O último mês do ano trata-se do Dezembro laranja, mês de prevenção do câncer de pele.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 33% dos diagnósticos de câncer no Brasil são na pele. Um estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que ocorrem cerca de dois a três milhões de novos casos de câncer de pele não melanoma -CBC e CEC – anualmente no mundo.

'O que a gente tem de estatística inclusive é que apenas um terço dos tumores de pele diagnosticados são suspeitados pelo próprio paciente. A grande maioria deles são suspeitados por pessoas a sua volta. Então, é o marido, a esposa, é o filho, é algo assim. Os sinais são uma ferida que não cicatriza, que passe de trinta dias, qualquer coisa que sangre ou fica uma ferida e passe trinta dias e não cicatrize, se você tem uma elevação, um crescimento gradual de qualquer lesão que não oferece inicialmente uma verruga ou alguma pinta com alguma alteração', explica o médico dermatologista, Dr. Lucas Fernandes, em entrevista ao Bom Dia Feira. 

Dermatologista alerta para cuidados com a pele durante pandemia e uso  frequente do álcool em gel | Bom Dia Feira
Em primeiro lugar, é necessário ficar atento às alterações da sua pele. Ao perceber qualquer mudança semelhante aos sinais do câncer de pele, busque ajuda médica especializada o mais rápido possível. Na consulta o médico avaliará o histórico familiar e pessoal do paciente, a fim de verificar a presença de fatores de risco, e examinará toda a pele a procura de lesões suspeitas.

'O câncer de pele nos confunde muito porque existem cânceres de pele que são mais tranquilos, mas há alguns que são muito perigosos. Então, algumas pessoas têm na cabeça que porque o câncer de pele é facilmente curável, minha tia teve, minha avó teve, meu tio teve, mas existem alguns tipos que não, que podem dar metástases relativamente precoce, ou seja, cedo pode invadir para outros órgãos. O tratamento ainda é principalmente cirúrgico, mas a gente tem que ser evoluído em outras outras formas alternativas, ou substitutas da cirurgia ou complementares. Então, a gente tem que buscar aquele equilíbrio. Às vezes o desespero leva a negação, é importanae nem ter esse desespero, nem também ficar tão relaxado, achando que é fácil resolver. A gente tem que levar a doença a sério, não demorar de buscar o diagnóstico', afirma o dermatologista. 

A explicação para os altos índices da doença entre os brasileiros é o fato de vivermos em um país tropical, em que a incidência solar se estende praticamente o ano todo. Além disso, grande parte da população ainda não tem o hábito de usar proteção solar adequada.

'Aqui na Bahia, por exemplo, a gente tem uma variante que mata muito que é o melanoma acral, que é o tipo que matou Bob Marley, porque ele tem a mesma frequência em pessoas de qualquer tom de pele. Então, é relativamente frequente em negros também. Porém, o negro ele demora de suspeitar que aquilo seja um câncer. Começa uma manchinha escura na planta do pé ou na palma da mão, ele acha que aquilo é micose, fica usando um creme e muitas vezes o diagnóstico é tardio. Então, a gente tem aqui na Bahia, pela clara afrodescendência que temos, uma mortalidade por melanoma acral muito grande', destaca Dr. Lucas. 

A prevenção, porém, ainda é a melhor medida para evitar o câncer de pele. Para tanto, é preciso manter a proteção solar diariamente, mesmo quando o clima está nublado, e tentar expor-se ao sol antes das 10 horas e depois das 16 horas. A proteção solar deve ser física – através de roupas e chapéus que cobrem o corpo – e química – através do uso de protetores solares acima de FPS 15.