Dados divulgados pelo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública na última quinta-feira (20) mostraram que a Bahia foi o estado brasileiro que registrou o maior aumento na variação da taxa de mortes por suicídio do Brasil, durante o ano passado.
O levantamento mostrou que a Bahia obteve uma variação de 36,8% na taxa dos casos, entre 2021 e 2022. O estado registrou 790 casos de suicídio durante o ano passado e 577 em 2021, totalizando 213 casos a mais na comparação entre os dois últimos anos.
Já as taxas desses mesmos períodos no total de mortes variaram entre 4,1% e 5,6% respectivamente.
O psicólogo e membro do Conselho Regional de Psicologia da Bahia, Elias Fernandes, explicou que a variação na taxa de suicido na Bahia pode estar relacionado com diferentes fatores sociais que impactam o cotidiano dos baianos, a exemplo da qualidade de vida, desigualdade social, aumento da pobreza, entre outros.
“Pensando nessa taxa de forma tão impactante a gente pode pensar em alguns fatores que estão envolvidos. A saúde mental está ligada aos condicionantes e aos determinantes sociais, ou seja, ela está intimamente ligada à nossa qualidade de e condições de vida. Durante a pandemia a gente teve um impacto muito grande no aumento da pobreza e da desigualdade e a Bahia está entre esses estados onde a pobreza aumentou”.
“Então quando a gente pega os dados de 2022 vemos que a pobreza na Bahia também aumentou e junto com isso vemos também o aumento da violência. A Bahia está também entre os estados mais violentos do país. Então essas duas questões impactam diretamente nessa taxa de suicídio”, disse.
O psicólogo indicou também que a falta de acessibilidade a serviços de saúde mental por pessoas de baixa renda também é outro fator que influencia no aumento da taxa.
“A gente tem pessoas que estão vulneráveis aos serviços de saúde mental. Essas pessoas nem sempre têm acesso a psicólogos e psiquiatras. Temos aqui na Bahia ainda um perfil majoritariamente de pessoas pretas pobres que não consegue acessar diretamente os serviços de saúde mental, que podem ajudar a prevenir essas taxas de suicídio. Temos uma população extremamente vulnerável a essas patologias e ao adoecimento mental. [...] Começam a sofrer de ansiedade, de depressão que são comorbidades que podem gerar o suicídio em último grau. Ela gera o adoecimento mental que gera o suicídio”, observou o especialista.
O SUICIDIO
Estudiosos e especialistas da área de saúde mental, apontam que o suicídio resulta de uma junção de fatores de riscos psicológicos, sociais e culturais entre outros. Em outros casos, têm alguma relação com trauma e perda. Pessoas que tiram a própria vida representam um grupo heterogêneo, com influências causais únicas, complexas e multifacetadas que precedem seu ato final.
O suicídio aparece entre as vinte principais causas de morte em todo o mundo para pessoas de diferentes idades, além de ser responsável por mais de 800.000 mortes por ano.
O crescimento desses casos tem preocupado também o Conselho Regional de Psicologia da Bahia - CRP.
“O CRP enxerga o aumento dessa taxa com muita preocupação, pois nós entendemos que saúde mental se faz também com o comprimento de políticas públicas. A gente tenta atuar para que as políticas públicas de saúde possam chegar a essas populações e que elas consigam diminuir suas vulnerabilidades em relação ao adoecimento mental. Nós buscamos auxiliar os psicólogos para que trabalhem em questões de saúde mental dentro dos espaços onde atuam e levem esse apoio”, revelou Fernandes.
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