A Câmara Municipal de Feira de Santana aprovou, por 14 votos, o projeto de reforma da Previdência Municipal enviado pelo governo, em uma sessão marcada por tensão entre representantes de categorias do serviço público e vereadores da base governista. Enquanto sindicatos afirmam que a mudança trará prejuízos aos servidores ativos e aposentados, o governo defende que a reformulação é indispensável para evitar o colapso financeiro do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS).
Para Marlede Oliveira, representante da APLB Sindicato, a aprovação representa um duro golpe para os trabalhadores da educação. Ela afirma que os aposentados serão os mais prejudicados. “Vai ser um grande prejuízo para os aposentados e também para os ativos, principalmente para os aposentados que tinham isenção a partir de um limite de teto”, disse. Segundo ela, o governo não dialogou com as categorias antes de encaminhar a proposta. “O prefeito chamou os vereadores e intimou que tinha que fazer essa reforma de qualquer forma. Não chamou as categorias, fomos surpreendidos com essa reforma no final do ano.”

A dirigente também criticou a aprovação, no mesmo dia, de outro projeto enviado pelo Executivo que revoga as eleições diretas para diretores de escolas municipais. “Pais, professores e funcionários não poderão mais escolher seus representantes. É um retrocesso político. A democracia das escolas está sendo retirada para virar quintal de pessoas indicadas pelo governo”, afirmou. Marlede destacou ainda que o município, mesmo recebendo recursos que somam R$ 750 milhões do Fundeb, não estaria cumprindo leis que garantem valorização dos profissionais. “Temos uma lei, a 094, que garante a tabela salarial dos professores, e o governo não cumpre. As escolas estão sem professores, sem cuidadores. Essa cidade anda para trás.”
Do lado das categorias da saúde, a avaliação é diferente. Everaldo Vitória, presidente do Sindicato dos Agentes Comunitários de Saúde, acompanhou a votação, mas não considerou que houve derrota. “Não entendemos como derrota, porque sabemos que a reforma é necessária para que o trabalhador não seja prejudicado lá na frente”, afirmou. Ele, porém, critica a forma como o processo foi conduzido: “Infelizmente, quando tivemos acesso ao projeto, ele já tinha sido votado em primeira instância. O correto seria convocar os representantes legais, fazer uma comissão, analisar e depois votar.”

Everaldo informou que o governo se comprometeu a reavaliar pontos considerados prejudiciais. “O líder do governo, o vice-líder e o presidente da Câmara passaram para a gente a possibilidade de, em janeiro ou fevereiro, sentar com os técnicos que elaboraram o texto e rever os pontos que deixaram brechas. Onde houver necessidade, será feita uma emenda.”
Já o líder do governo na Câmara, vereador Zé Carneiro Rocha, rebateu as críticas e garantiu que não houve revolta generalizada. “O que teve aqui foram alguns agentes do Ministério da Saúde questionando artigos da lei. O restante aprovamos com tranquilidade”, afirmou. Para ele, a reforma é fundamental para a sobrevivência do RPPS. “Hoje temos um déficit de R$ 170 milhões. Se nada fosse feito, em 70 anos esse déficit chegaria a R$ 3,6 bilhões.”

Zé Carneiro afirmou que a reforma segue a Emenda Constitucional 103/2019 e que o governo optou por um modelo menos oneroso aos inativos. “A emenda permite tributação a partir de um salário mínimo. O prefeito está isentando quem ganha até três salários mínimos. Só quem recebe acima disso pagará 14% sobre a diferença.” Como exemplo, explicou que um servidor aposentado com R$ 5 mil pagaria 14% apenas sobre R$ 500.
Sobre os servidores ativos, o vereador disse que nada muda para quem ganha até o teto previdenciário. “Os ativos continuarão pagando 14%. Quem recebe acima do teto de R$ 8.500 pagará mais 2% apenas sobre o valor excedente.” Para ele, sem a reforma, o futuro do regime próprio seria incerto. “Só em novembro, a receita da Previdência foi de R$ 8,6 milhões, enquanto a despesa chegou a R$ 17,5 milhões. Era uma reforma necessária.”
Natal Encantado Natal Encantado retorna após seis anos e lota Praça Padre Ovídio na abertura
Inauguração Feira de Santana inaugura o maior teatro do interior da Bahia
Sinfonia Estelar Parque do Saber celebra 17 anos com espetáculo inédito Sinfonia Estelar
Natalidade Brasil registra queda na natalidade pelo sexto ano consecutivo, aponta IBGE
manifestação OAB Bahia e Subseções formalizam manifestação conjunta ao CNJ
Selo UNICEF Feira de Santana realiza 1º Fórum Comunitário do Selo UNICEF nesta quinta-feira (11) Mín. 21° Máx. 36°
Mín. 20° Máx. 35°
Tempo nubladoMín. 21° Máx. 32°
Tempo nublado