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Casa de Parto de Feira de Santana completa um ano com 150 partos realizados

Unidade oferece alternativa humanizada e segura para o parto natural; coordenadora destaca benefícios e desafios do serviço

20/10/2025 10h29
Por: Carlos Valadares
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

A Casa de Parto de Feira de Santana, localizada no bairro Feira VII, em frente ao Parque da Cidade, completou seu primeiro ano de funcionamento no dia 5 de julho de 2025. Desde a inauguração, foram realizados 150 partos naturais, marcando uma trajetória de acolhimento, cuidado e respeito à fisiologia do parto e à autonomia da mulher.

Coordenada pela enfermeira obstetra Siomara Souza, a unidade é vinculada à Fundação Hospitalar de Feira de Santana e conta com o apoio do Hospital da Mulher. A Casa de Parto atende exclusivamente gestações de baixo risco e é gerida por uma equipe composta por enfermeiras obstetras e técnicos de enfermagem.

“A proposta é oferecer um ambiente humanizado, seguro e acolhedor para a mulher, com acompanhamento próximo e afetivo durante todo o processo do parto”, explica Siomara.

Atendimento humanizado e técnicas naturais

Com três leitos disponíveis, a Casa de Parto oferece um atendimento individualizado, o que permite à equipe estar sempre próxima das gestantes. A estrutura do espaço foi pensada para simular o ambiente de uma casa, promovendo tranquilidade e conforto.

Durante o trabalho de parto, as mulheres podem ter até dois acompanhantes de sua escolha. São utilizadas técnicas naturais de alívio da dor, como massagens, exercícios com bola e cavalinho obstétrico, respiração guiada, banho morno e até o tradicional banho com folhas de algodão, uma prática que ajuda a estimular as contrações.

“A gente sempre reforça que quem faz o parto é a mulher. Nós apenas orientamos e estamos ali para garantir segurança”, destaca a coordenadora.

Critérios para atendimento e vínculo com gestantes

A Casa de Parto atende gestantes a partir da 28ª semana de gravidez, após uma consulta de perfil onde são avaliadas as condições clínicas da mulher. Casos de pressão alta, diabetes, sífilis não tratada ou HIV são considerados de risco e, portanto, não são elegíveis para o parto na unidade.

Apesar disso, muitas gestantes que fazem pré-natal na rede privada ou em outras unidades públicas também têm buscado a Casa de Parto para viver uma experiência diferente e mais respeitosa. Para isso, a equipe promove mensalmente o Curso do Casal Grávido, dividido em quatro módulos, que abordam temas como trabalho de parto, cuidados com o recém-nascido e primeiros socorros.

Desafios e preconceitos

Um dos maiores desafios enfrentados nesse primeiro ano, segundo Siomara, foi vincular as gestantes à unidade. O desconhecimento e os preconceitos ainda são barreiras.

“Teve uma gestante que chegou a esconder da família que queria parir na Casa de Parto, com medo do julgamento. Mas depois, teve uma experiência maravilhosa, inclusive foi o único bebê que nasceu na banheira até agora”, conta.

A coordenadora ressalta que, embora o serviço ainda não esteja credenciado oficialmente pelo Ministério da Saúde, segue os protocolos da Rede Cegonha e, agora, da nova Rede de Atenção Materno-Infantil (Rede Além).

Perspectivas para o futuro

Entre os planos para o futuro, estão a ampliação da unidade para cinco leitos, a busca pelo credenciamento oficial do Ministério da Saúde e a oferta de novos serviços, como fisioterapia pélvica.

“A casa foi construída em 2018, mas só entrou em funcionamento em 2024. Agora queremos expandir e consolidar esse trabalho tão importante. Lá, só realizamos parto normal, e nosso foco é sempre o bem-estar da mulher e do bebê”, afirma Siomara.

A Casa de Parto atende mulheres de toda a cidade, inclusive gestantes com plano de saúde. “Tem paciente que chega com a mala na mão, acompanhada do marido, e vem andando até a Casa de Parto. Isso mostra o quanto esse espaço está sendo bem recebido”, conclui.

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