O que começou com a tentativa frustrada de um grupo de moradores da Conceição, hoje se tornou uma iniciativa de grande impacto social em Feira de Santana. A associação liderada por Raimundo José de Souza Santos, popularmente conhecido como Raimundão da Conceição tem mudado a realidade de centenas de famílias com projetos que vão desde alimentação e qualificação profissional até alfabetização de adultos.
“Assumimos a associação quando ela estava prestes a fechar. Enfrentamos muitas dificuldades, mas com fé, empenho e parcerias, conseguimos transformar esse desafio em uma história de sucesso”, relata Raimundo.
A virada começou com o fortalecimento de alianças. A associação contou com o apoio de amigos, parceiros locais e políticos comprometidos, como o deputado federal Zé Neto. Um dos marcos foi a conquista do edital Comida no Prato, que viabilizou a implantação de uma cozinha comunitária. Com ela, mais de 22 mil refeições foram distribuídas para moradores da Conceição Doce, Conceição I, São João dos Prazeres, entre outras comunidades.
Além da alimentação, a sede da associação se transformou em um centro de oportunidades, oferecendo cursos profissionalizantes em corte e costura, artesanato, e atendimento com psicólogo, nutricionista e equipe de enfermagem.
Em 2025, a associação deu mais um passo importante com a criação de um núcleo no bairro Alto do Papagaio, ampliando o alcance das ações e levando também refeições e serviços básicos para os moradores da região.
Outro grande avanço foi a aprovação da entidade no edital do curso CPOP (Curso Preparatório para o Enem), uma parceria da União com a Secretaria de Educação da Bahia. O curso oferece 40 vagas, com bolsa mensal de R$ 200 para os alunos. A associação foi a primeira de Feira de Santana a implantar o projeto.
“Esses alunos, além da bolsa, ainda terão premiação se forem aprovados no Enem. É uma oportunidade de ouro para quem sonha com um futuro melhor”, destaca Raimundo.
Outro destaque é o projeto “Sim, Eu Posso”, voltado para a alfabetização de jovens e adultos. Com turmas formadas na Conceição, Mangabeira e Alto do Papagaio, a iniciativa resgata a dignidade de pessoas que, por diferentes motivos, não conseguiram aprender a ler e escrever na infância.
“É gratificante ver uma mãe ou um idoso assinando o próprio nome pela primeira vez. Isso não tem preço”, afirma.
A associação também atua de forma direta nas demandas cotidianas da cidade, encaminhando solicitações à Prefeitura como capinação, limpeza de canais, instalação de semáforos e pavimentação de ruas.
Segundo Raimundo, o trabalho é feito com base na escuta ativa e no acolhimento. “A gente não escolhe quem vai receber comida. Se a pessoa chegou com fome, a gente acolhe, cadastra e entrega. Fome não pode esperar”.
Expansão e novos desafios
Entre as próximas metas da associação está a expansão dos núcleos para bairros como Tomba, Gabriela, Jorge Américo, Baraúnas e distritos. O objetivo é multiplicar os resultados positivos que vêm sendo alcançados.
“A área social em Feira de Santana ainda é muito carente. Precisamos chegar a mais lugares e alcançar mais famílias. Para isso, buscamos parcerias, editais e apoio de quem quer fazer a diferença.”
Raimundo reforça que, embora não tenha cargo político, acredita na força da ação cidadã.
“Quando se tem boa vontade, a gente faz. Não precisa ser político. É só querer ajudar.”
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