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Dia dos Namorados e os corações partidos: o outro lado da data comemorativa

A psicóloga Jamile Lobo explica que o rompimento de um relacionamento pode ser comparado a um luto.

11/06/2025 15h04
Por: Carlos Valadares
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Enquanto muitos casais trocam flores e declarações de amor em jantares românticos neste 12 de junho, outras pessoas vivem um cenário bem diferente: o fim de um relacionamento. Para quem enfrenta um término às vésperas do Dia dos Namorados, a data pode intensificar ainda mais a dor. O sentimento de solidão contrasta com as imagens românticas que dominam vitrines, redes sociais e comerciais de TV.

A psicóloga Jamile Lobo explica que o rompimento de um relacionamento pode ser comparado a um luto. “A pessoa sente como se tivesse perdido o objeto de amor, uma referência emocional. Ela vivencia uma ‘morte em vida’, passando por fases muito semelhantes ao luto: negação, raiva, barganha, tristeza e, por fim, aceitação”, relata.

Segundo Jamile, esse processo pode ocorrer de forma sequencial ou com as fases misturadas. “Há quem tente negar o fim, outros se apegam à esperança de reconciliação, e muitos vivenciam a tristeza como uma constante. É um ciclo que pode se retroalimentar até que a pessoa inicie, de fato, uma restauração emocional”, diz.

Para quem não esperava o fim da relação, a dor costuma ser ainda mais profunda. “A pessoa se sente rejeitada, desvalorizada e desprezada. É a morte da idealização de um relacionamento que não deu certo. O rompimento traz consigo um sentimento de rejeição muito intenso”, afirma.

E quando o término acontece próximo ao Dia dos Namorados, o sofrimento tende a ser ampliado. “As redes sociais e o comércio romantizam a data, reforçando a ideia de que estar em um relacionamento é sinônimo de sucesso e felicidade. Isso faz com que quem está sozinho se sinta ainda mais deslocado ou fracassado”, observa a psicóloga.

Como lidar com o sofrimento?

Jamile orienta que, nesse momento, é essencial priorizar o cuidado com si mesmo e evitar comportamentos autodestrutivos. “Ficar olhando as redes sociais do ex-parceiro, ‘stalkeando’ fotos e atualizações, só prolonga o sofrimento. O ideal é se preservar: bloquear notificações, deixar de seguir ou ocultar conteúdos que causam dor”, recomenda.

Sobre manter amizades construídas durante o relacionamento, Jamile aconselha cautela: “É importante avaliar quais relações realmente te apoiam e acolhem, e quais apenas te mantêm preso a memórias do que foi”.

Outro ponto de atenção é a exposição nas redes sociais. “Muitas pessoas, movidas pela raiva ou vontade de mostrar superação, começam a postar fotos em festas ou legendas forçadas. Esse tipo de validação externa pode até dar alívio momentâneo, mas não resolve a dor interna”, pontua.

Quando buscar ajuda?

A psicóloga alerta que, se os sentimentos começarem a interferir no cotidiano — como insônia, perda de apetite, dificuldade de concentração ou tristeza profunda prolongada — é hora de buscar apoio profissional. “Se após uma semana ou dez dias esses sintomas persistirem e afetarem sua rotina, a terapia pode ajudar a reorganizar o emocional e dar início a um processo real de recomeço”, diz.

O valor que está em você

Para quem se sente só nesta data, a psicóloga deixa um recado importante: “Nosso valor não está atrelado a ter ou não um relacionamento. A autoestima vem da forma como nos vemos, nos valorizamos e percebemos nossas conquistas — e não da presença de um par amoroso”.

Jamile finaliza com uma mensagem de acolhimento: “Busque o amor que vem da sua família, dos amigos, das coisas que te dão prazer e alegria. Cuide do seu jardim interior. Estabeleça metas simples. Pratique o amor próprio e se reconheça como alguém de valor — com ou sem um relacionamento”.

Por: Mayara Nailanne

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