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Audiência pública debate nova concessão das BRs 324 e 116 em Feira de Santana

Segundo Marcelo Fonseca, superintendente nacional de concessões da ANTT, o atual contrato com a concessionária ViaBahia será encerrado, dando lugar a uma nova gestão.

07/05/2025 09h10
Por: Carlos Valadares

Foto: Carlos Valadares

Nesta terça-feira (6), uma audiência pública promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) foi realizada no auditório da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Feira de Santana, para discutir a nova administração das rodovias BR-324 e BR-116. As propostas apresentadas preveem investimentos bilionários em manutenção, duplicação e recuperação das vias, com a implementação de um novo modelo de pedagiamento.

Segundo Marcelo Fonseca, superintendente nacional de concessões da ANTT, o atual contrato com a concessionária ViaBahia será encerrado, dando lugar a uma nova gestão. “Vamos viver um novo momento com a concessão na Bahia. A ViaBahia deixa de existir após muitos problemas nos últimos 15 anos. Após um período de aproximadamente um ano sob responsabilidade do DNIT, uma nova concessão, totalmente remodelada, assumirá a administração das rodovias em 2026”, afirmou.

Fonseca detalhou os investimentos previstos: cerca de R$ 24 bilhões em melhorias como 356 quilômetros de duplicação, 192 quilômetros de terceiras faixas na BR-324, além de passarelas, novos acessos e recuperação do pavimento. O novo sistema de cobrança será o "free flow", modelo eletrônico que dispensa praças físicas de pedágio. Os veículos serão identificados por pórticos e os pagamentos poderão ser feitos posteriormente.

Durante a audiência, Fonseca também informou que o governo federal investirá R$ 70 milhões, via DNIT, para realizar obras emergenciais de recuperação antes da nova concessão entrar em vigor.
Reclamações e expectativas dos gestores

O prefeito de Amélia Rodrigues, João Bahia, criticou a gestão da ViaBahia e expressou preocupação com os impactos financeiros e estruturais no município.  “Foram 15 anos de pedágio e pouca entrega. O trecho de Amélia Rodrigues é onde mais morre gente na BR-324. A ViaBahia nunca levou os pacientes diretamente para Feira. O resgate leva para o nosso hospital, que é pequeno e sem estrutura, e depois seguimos para o Clériston Andrade. Isso é média complexidade e não recebemos nada por isso. Além disso, deixaremos de arrecadar entre R$ 140 mil e R$ 150 mil por mês em ISS”, lamentou o prefeito.

João Bahia também destacou a ausência de investimentos prometidos, como a construção de um viaduto previsto no contrato original.     “A ViaBahia tinha obrigação contratual de fazer o viaduto, mas não fez. Agora temos a expectativa de que a nova concessão corrija isso. Vamos levar as demandas de Amélia Rodrigues à ANTT e ao DNIT após a marcha dos prefeitos”, declarou.

O prefeito relembrou ainda o passado industrial do município, que sofreu com o fechamento das usinas de cana-de-açúcar e hoje precisa de investimentos para retomar o desenvolvimento.

Foto: Carlos Valadares

Presente na audiência, o ex-prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo de Carvalho, classificou a concessão da ViaBahia como a "pior do mundo".     “Durante os últimos 15 anos, vimos promessas não cumpridas. Apontamos à ANTT problemas graves, como a drenagem deficiente próximo ao conjunto Luiz Eduardo Magalhães, o acesso ao bairro Viveiros, à Nova Esperança, a duplicação mal executada do Anel de Contorno e a saída de Humildes, onde há engarrafamentos frequentes”, destacou.

José Ronaldo também criticou a falta de iluminação em trechos importantes, como a área da Pousada da Feira e os arredores do Complexo Viário Miraldo Gomes Filho. Segundo ele, a responsabilidade é do DNIT, e é preciso urgência na resolução dessas falhas.     “A construção de passarelas sem diálogo com a comunidade também é um erro. Em alguns casos, como no bairro Gabriela, o equipamento foi mal posicionado e pouco utilizado. A sociedade precisa ser ouvida nessas decisões”, defendeu.

Ao final da audiência, o ex-prefeito colocou à disposição da ANTT os técnicos João Vianney e Djavan, subsecretário de Planejamento, para colaborar nas discussões e acompanhar o andamento do projeto.     “Vamos seguir atentos, cobrando e fiscalizando. Essas rodovias são de extrema importância para Feira de Santana, para a Bahia e para o Brasil”, concluiu.

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne

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