Durante cerimônia de posse de aprovados no concurso público da Prefeitura de Feira de Santana, realizada nesta segunda-feira (05), agentes de combate às endemias marcaram presença para acompanhar a possível convocação de novos profissionais da área. A expectativa, no entanto, foi frustrada. Apenas agentes comunitários de saúde foram convocados.
Segundo o vice-presidente do Sindicato dos Agentes de Endemias, Roberto Carvalho, a ausência de nomeações para a categoria representa um risco para a saúde pública, especialmente diante do déficit de pessoal. Em entrevista, ele criticou a falta de conhecimento do prefeito sobre os números exatos da carência de profissionais e afirmou que um documento detalhado já foi entregue à gestão.
"Estivemos aqui nesta manhã para acompanhar o anúncio. Havia uma enorme expectativa de que hoje também fossem convocados agentes de combate às endemias. Infelizmente, só foram chamados agentes comunitários. Um repórter chegou a perguntar sobre o déficit, mas o prefeito disse não ter conhecimento. No entanto, este sindicato já enviou um documento este ano informando o déficit da categoria", afirmou Roberto.
De acordo com o sindicato, Feira de Santana necessita de, aproximadamente, 450 agentes de combate às endemias, conforme diretrizes do Ministério da Saúde e dados do censo. Atualmente, segundo o dirigente sindical, o número de efetivos não chega a 180.
"Muitos profissionais se aposentaram, outros faleceram ou estão afastados pelo INSS. Do quadro efetivo, não temos nem 180 agentes atuando. Há ainda um grupo contratado via REDA, mas esses contratos se encerram no próximo ano. A situação é crítica e exige medidas urgentes", destacou.
Apesar do concurso público realizado pela gestão anterior, do ex-prefeito Colbert Martins da Silva, ter previsto 60 vagas para a categoria, o sindicato reforça que o número é insuficiente e que o município tem autonomia para ampliar as convocações.
"O concurso do ano passado previa 60 vagas, como também foi feito com os agentes comunitários. Mas pode-se chamar mais. Desde o início sinalizamos que a demanda era muito maior. Esperamos que se convoque 60, depois mais 60, até atingir o número necessário. O município precisa disso", completou Roberto.
Além da sobrecarga de trabalho, há a preocupação com a chegada dos meses mais críticos para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya.
"Está chegando setembro, outubro, novembro, quando os casos aumentam. E aí, a responsabilidade será de quem? Estamos fazendo um verdadeiro milagre em Feira de Santana. Cumprindo metas com número insuficiente de agentes. Os poucos que estão trabalhando são heróis", disse.
O vice-presidente também destacou que, apesar da escassez de pessoal, o fornecimento de insumos para as ações de combate está regularizado. "A questão do larvicida e dos insumos está tranquila. Os materiais vêm do Ministério da Saúde e do Estado, e o município tem atendido essa parte. Mas continuamos cobrando desde a última gestão o fornecimento de uniformes e equipamentos adequados de trabalho", afirmou.
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nailanne
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