Neste 25 de julho, Dia do Motorista, a data foi celebrada com um café da manhã organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Transportadores de Carga de Feira de Santana. O diretor financeiro da entidade, Jaime Feliciano, destacou a importância da categoria, mas também fez um apelo por melhores condições de trabalho nas rodovias brasileiras.
"Hoje nós estamos homenageando esses batalhadores com um café da manhã, mesmo que não seja possível atender todos. Mas nossa intenção é reconhecer a importância de cada um. Que Deus ilumine o caminho dos motoristas onde estiverem, dando livramento nas 24 horas do dia", declarou Jaime em entrevista à Rádio Povo.
Apesar da celebração, o sindicalista afirmou que os desafios enfrentados pelos motoristas são inúmeros e comprometem a dignidade da profissão. “As estradas estão cada vez mais esburacadas. Para ir de Feira a Salvador, é preciso dirigir olhando para frente, para o lado e para o fundo do caminhão, tentando desviar dos buracos. Tem motorista que nem dinheiro tem para comprar um pneu”, relatou.
Segundo Jaime, o alto custo com manutenção e combustível impacta diretamente o trabalho dos autônomos. “Você pega uma carga em São Paulo para cá por R$ 12 ou R$ 13 mil. Só de combustível, o motorista gasta R$ 6 mil. Se quebrar alguma coisa no caminhão, o prejuízo aumenta ainda mais. A manutenção de uma carreta ou caminhão é caríssima”, alertou.
Além disso, a precariedade das paradas e postos de apoio, segundo ele, obriga muitos profissionais a dormirem dentro dos próprios veículos. “A diária de um caminhoneiro hoje é R$ 110. Um almoço custa entre R$ 25 e R$ 30, e muitos locais ainda cobram R$ 20 só para estacionar o caminhão. Não tem mais aquele prato feito barato. Tudo agora é self-service, e o caminhoneiro mal consegue se manter”, afirmou.
A falta de segurança nas estradas é outra preocupação. “Depois das 7 da noite, muitos evitam rodar com medo de assaltos. Preferem recolher o caminhão e dormir em algum posto. Não há policiamento suficiente, e o risco é grande”, explicou Jaime.
O dirigente também criticou a ausência de acordos mais justos entre patrões e trabalhadores. “Hoje, quem trabalha no Dia do Motorista deveria receber 100%, mas nem todos conseguem esse direito. Depende dos patrões, e muitos não querem conversa. Querem apenas lucrar”, lamentou.
Mesmo diante de tantas dificuldades, Jaime fez questão de deixar uma mensagem de esperança. “Desejo que Deus abençoe todos os motoristas do Brasil e seus familiares. Que ele esteja presente em cada passo e dê livramento sempre. Seguimos na luta por respeito e melhores condições para essa categoria que move o país.”
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nailanne
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