Governo do Estado reforça apoio à Micareta de Feira e destaca valorização da cultura local

Foto: Carlos Valadares

O encontro aconteceu na tarde desta sexta-feira (11), no Centro de Convenções de Feira de Santana, e reuniu músicos, produtores culturais, dirigentes de blocos, artistas independentes e autoridades estaduais. O evento teve como foco principal a escuta ativa e a construção coletiva das ações do governo estadual para a maior festa popular do interior da Bahia.

O secretário de Cultura da Bahia, Bruno Monteiro, reafirmou o compromisso do Governo do Estado com a valorização da cultura feirense. Segundo ele, a construção da festa deve ser feita junto com quem vive e faz cultura na cidade. "A reunião de hoje é essencial para o nosso planejamento. Estamos ouvindo artistas, produtores e coletivos culturais de Feira porque acreditamos que só é possível construir algo verdadeiro e potente a partir do diálogo com quem faz a cultura acontecer", afirmou.

Foto: Carlos Valadares

Bruno destacou que o Governo do Estado tem como prioridade garantir o protagonismo da cultura feirense na festa. "Todos querem grandes atrações nacionais, claro, mas nosso compromisso é também com quem é da terra. Queremos que os artistas locais tenham espaço de destaque e sejam protagonistas da Micareta."

Em relação à parceria com a Prefeitura Municipal, ele pontuou: "Nosso trabalho é complementar. A Prefeitura anunciou artistas de peso e isso é importante, mas o Estado entra para somar, trazendo equilíbrio e garantindo a presença da cultura local e das expressões artísticas diversas."

Sobre os valores a serem investidos, o secretário explicou que ainda não há definição, pois isso dependerá do tamanho da participação do Estado, que está sendo alinhada com a gestão municipal. “Nos próximos 10 dias devemos anunciar o que o Governo do Estado oferecerá para a Micareta, incluindo ações artísticas e sociais”, afirmou.

Além das atrações, o Governo pretende fortalecer a rede de apoio aos trabalhadores da festa. “Vamos ampliar o suporte aos catadores de materiais recicláveis, cordeiros, vendedores ambulantes, como já fizemos em Salvador. A festa também precisa de estrutura em segurança, saúde e dignidade para quem trabalha nela.”

Foto: Carlos Valadares

Durante a reunião, também foram debatidas propostas para ampliar a diversidade da festa. Entre as sugestões, Bruno Monteiro citou a criação da “Expo Micareta”, um evento paralelo para discutir os rumos da Micareta e resgatar sua importância histórica, especialmente no ano em que o Axé Music completa 40 anos.

"Feira de Santana tem vocação para a Micareta. Essa identidade precisa ser fortalecida não apenas com atrações, mas com ações que envolvam economia criativa, turismo e memória cultural."

O secretário adiantou que está em diálogo com a Prefeitura para garantir um palco com boa localização dedicado exclusivamente aos artistas locais. "Também vamos considerar gêneros diversos como reggae, rock, gospel, valorizando toda a riqueza cultural da cidade."

Foto: Carlos Valadares

Val Conceição, representante Associação Cultural Moviafro, também participou do encontro e ressaltou a importância da escuta do governo. “Essa interação entre quem promove e quem faz a festa é essencial. Tanto o Estado quanto o município têm nos apoiado, inclusive com o programa Ouro Negro. Ainda não é o ideal, mas ajuda bastante.”

Ele lembrou que, embora alguns blocos ainda não tenham estrutura para o circuito principal, há avanços. “Temos entidades que já desfilam no circuito oficial. E a renovação acontece: há muita gente nova entrando nos blocos, garantindo a continuidade dessa tradição que já dura mais de 70 anos.”

Foto: Carlos Valadares

O deputado federal Zé Neto também esteve presente e defendeu o fortalecimento da parceria entre município e estado. “Ainda não recebemos cronograma, mas quero ajudar. Acho apenas que esse diálogo precisa começar com mais antecedência para evitar incertezas e permitir uma melhor organização.”

Ele reforçou que a alma da festa está no povo da cidade. “A essência da Micareta é a negritude da cidade, os bairros populares, os grupos locais. Trazer grandes nomes é importante, mas sem esquecer quem faz a festa de verdade.”

Com informações: Carlos Valadares

Por: Mayara Nailanne