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Força-tarefa resgata 163 chineses em trabalho análogo à escravidão na BYD

Montadora diz que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana

24/12/2024 08h13
Por: Carlos Valadares Fonte: Bahia.ba
Foto: Divulgação/MPT
Foto: Divulgação/MPT

Uma força-tarefa de órgãos federais afirmou ter identificado a presença de 163 operários trabalhando em condições análogas à escravidão em empresas terceirizadas que atuam nas obras de construção da fábrica da BYD (Build Your Dreams), montadora de carros elétricos chinesa, em Camaçari (50 km de Salvador).

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o resultado parcial das inspeções foi apresentado nesta segunda-feira (23) pelo Ministério Público do Trabalho, Ministério do Trabalho e Emprego, Defensoria Pública da União, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público Federal e Polícia Federal. A força-tarefa determinou a interdição de alojamentos e trechos do canteiro de obras.

Em nota, a BYD Auto do Brasil afirmou que não tolera desrespeito à lei brasileira e à dignidade humana e informou que decidiu encerrar imediatamente o contrato com a empreiteira Jinjiang Construction Brazil, que fazia parte da obra da fábrica em Camaçari.

Conforme a investigação, foi feito o resgate de 163 trabalhadores, todos chineses, que estavam trabalhando em condições degradantes, com jornadas extenuantes e restrições à liberdade. Todos os operários foram ouvidos individualmente, dizem os órgãos. Eles eram funcionários da empresa Jinjiang Group, uma das empreiteiras contratadas para realizar a obra, de acordo com a força-tarefa.

Também foi constatada superlotação nos alojamentos dos trabalhadores da empresa terceirizada Jinjang, que não tinham colchões, nem condições adequadas de higiene.

Os operários estavam distribuídos em cinco alojamentos em Camaçari. Em apenas um deles, destinado a trabalhadores administrativos, não houve resgate de trabalhadores.
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Em um dos alojamentos, os operários dormiam em camas sem colchões e não tinham armários para seus pertences pessoais, que ficavam misturados com materiais de alimentação. Havia apenas um banheiro para cada 31 trabalhadores, o que os forçava a acordar às 4h para conseguir se preparar para sair para trabalho às 5h30.

Além de insuficientes, segundo a investigação, os banheiros não eram separados por sexo e apresentavam condições precárias de higiene. Sem local apropriado para lavar roupas, os trabalhadores usavam próprios banheiros para esta finalidade.

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