A morte de um jovem de 23 anos, ocorrida nesta terça-feira (21), em Feira de Santana, após o uso de um medicamento para disfunção erétil antes de uma partida de futebol, gerou grande repercussão e acendeu um alerta entre especialistas da área médica.
O caso ainda está sob investigação, mas já levanta uma preocupação crescente entre os médicos: o uso recreativo de medicamentos como sildenafila, tadalafila e vardenafila — originalmente desenvolvidos para tratar a disfunção erétil.
O médico urologista e cirurgião Dr. Eduardo Serqueira, explicou as possíveis consequências do uso indiscriminado dessas substâncias, especialmente entre jovens. “Esses medicamentos são extremamente úteis e eficazes quando usados corretamente, com prescrição e acompanhamento médico, no tratamento real da disfunção erétil. O problema é o uso sem necessidade, por curiosidade, por pressão social ou até para melhorar o desempenho físico, o que tem se tornado cada vez mais comum”, explica o urologista.
Segundo Dr. Eduardo, muitas pessoas não sabem que esses medicamentos são vasodilatadores, ou seja, alteram a circulação sanguínea e reduzem a pressão arterial. Isso, combinado com atividade física intensa, como futebol, musculação ou corrida, pode ter consequências graves.
“Se a pessoa usa esse tipo de remédio e vai se exercitar intensamente, pode haver uma queda brusca de pressão, alteração cardiovascular importante. Em casos de predisposição a arritmias, o risco é ainda maior. E se houver associação com outras substâncias, como álcool ou drogas ilícitas, o desfecho pode ser fatal, como suspeita-se nesse caso”, alerta.
Além dos medicamentos vendidos legalmente, o médico chama atenção para produtos vendidos em sites e sex shops, muitas vezes sem qualquer registro ou comprovação de segurança.“Muitos desses produtos nem são medicamentos de verdade. Podem causar reações alérgicas graves, como anafilaxia. Já atendi vários casos assim no consultório. É um risco sério e subestimado por quem consome esses produtos de forma irresponsável”, afirma Dr. Eduardo.
O médico reforça que esses remédios são de tarja vermelha e só devem ser utilizados com prescrição médica.“Usados corretamente, são seguros e dão excelentes resultados. Mas o uso aleatório, sem orientação, pode levar a complicações sérias e, infelizmente, até à morte. Por isso, o mais importante é sempre procurar um profissional capacitado. Existem hoje tratamentos modernos, eficazes e personalizados, feitos com segurança”, finaliza.
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