Reunindo cerca de 800 empresários de todas as regiões da Bahia, o 13º Encontro Estadual do Projeto Empreender, promovido pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais da Bahia (FACEB), consolidou-se como um dos mais importantes espaços de integração e fortalecimento do setor produtivo baiano. O evento, realizado em Feira de Santana, destacou os resultados alcançados pelo projeto e o papel da cooperação entre empresas de um mesmo segmento.
O presidente da FACEB, Clóvis Cedrais, explicou que o Projeto Empreender foi criado para atender as demandas dos empresários locais por meio das associações comerciais.
“O Empreender é um projeto que nós instituímos dentro das associações comerciais para identificar e solucionar os problemas dos setores produtivos. Contratamos um consultor, que atua como mediador, reunindo empresas de um mesmo ramo para discutir desafios comuns e construir soluções coletivas”, explicou Cedrais.
Segundo o presidente, a metodologia do projeto estimula a formação de núcleos setoriais — grupos compostos por empresas do mesmo ramo de atividade, como farmácias, lojas de materiais de construção, escolas ou eletrodomésticos.
Esses núcleos identificam desafios comuns, como falta de mão de obra qualificada, treinamento de funcionários, gestão de negócios e custos de operação, e buscam soluções conjuntas, como treinamentos compartilhados e compras coletivas.
“Uma empresa sozinha muitas vezes não tem condições de contratar um profissional para treinar seus balconistas ou gerentes. Mas quando se unem, o custo se divide e todos ganham. Além disso, ao negociar juntos, conseguem condições melhores com distribuidores e fornecedores”, destacou Cedrais.
Resultados práticos: redes empresariais e compras cooperadas
A experiência de Feira de Santana é um exemplo de sucesso. Foi na cidade que nasceu a Rede Erguer, formada por empresários do setor de materiais de construção, e a Rede Quero Bahia, do setor de eletrodomésticos, hoje presente em 89 municípios de três estados.
“Essas redes nasceram dentro do Projeto Empreender. Começamos com compras compartilhadas e evoluímos para marcas únicas, centrais de distribuição e padronização de gestão. Hoje, esses empresários são competitivos como grandes redes nacionais”, lembrou o presidente.
Cedrais relatou ainda um caso emblemático ocorrido quando era presidente da Associação Comercial de Feira. Após conseguir doações da Gerdau para a sede da entidade, ele propôs aos empresários locais uma compra coletiva de ferro, o que acabou se transformando em um marco de cooperação empresarial na cidade.
“Descobrimos que juntos os pequenos empresários compravam mais de 250 toneladas de ferro por mês. Quando a Gerdau percebeu o volume, passou a negociar diretamente conosco. Isso foi o pontapé inicial para a criação da Rede Erguer”, contou.
Feira de Santana: escolha estratégica
A escolha de Feira de Santana como sede do encontro foi estratégica, segundo Cedrais.
“Feira é um ponto central no estado. Os custos de hospedagem e logística são menores do que em Salvador, e o acesso é mais fácil para quem vem do interior. Tivemos participantes vindos de regiões distantes, como Mucuri e Luís Eduardo Magalhães — uma distância de quase dois mil quilômetros entre os extremos do estado. Isso mostra o comprometimento dos nossos empresários”, ressaltou.
Compromisso com o desenvolvimento regional
O evento também reforçou o papel das associações comerciais como instrumentos de desenvolvimento local, capazes de articular o setor privado com o poder público para resolver questões de infraestrutura, como energia e conectividade.
“Muitas vezes, os empresários identificam que o problema não é interno, mas estrutural — falta de energia, internet ou logística. Nesses casos, escolhem um líder do grupo para dialogar com órgãos públicos e buscar soluções. Assim, o Empreender vai eliminando barreiras e fortalecendo o setor produtivo passo a passo”, concluiu Cedra
Com informações: Carlos Valadares
Por: Mayara Nailanne
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