O mundo vive uma mudança histórica no perfil nutricional de crianças e adolescentes. Um relatório divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) revela que, desde 2015, há mais jovens obesos do que desnutridos. Atualmente, 9,4% da população entre 5 e 19 anos está acima do peso, contra 9,2% em situação de carência alimentar.
A pesquisa, intitulada "Alimentando o Lucro: como os Ambientes Alimentares Estão Falhando com as Crianças", chama atenção para a rápida ascensão da obesidade infantil em países de baixa e média renda, que hoje concentram 81% dos casos globais. No Brasil, o avanço foi ainda mais expressivo: desde o ano 2000, a taxa de excesso de peso triplicou, impulsionada pela popularização dos alimentos ultraprocessados, vendidos a preços baixos e amplamente divulgados na mídia voltada ao público infantil.
O documento aponta que, em escala mundial, o número de crianças e adolescentes acima do peso dobrou em 25 anos — saltando de 194 milhões em 2000 para 391 milhões em 2025. Atualmente, 5% das crianças menores de 5 anos e 20% dos jovens de 5 a 19 anos já convivem com excesso de peso.
Apesar do cenário preocupante, o Brasil aparece como exemplo de políticas de enfrentamento, com iniciativas como a rotulagem de advertência em embalagens, incentivos fiscais para alimentos in natura e o fortalecimento do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Como resposta, o Unicef defende ações mais amplas: da restrição à publicidade de ultraprocessados à criação de ambientes que favoreçam escolhas alimentares saudáveis, passando pela valorização do aleitamento materno e pela participação de crianças e adolescentes na formulação de políticas públicas.
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